DO G1 GRANDE MINAS
FOTO : MICHELLY ODA
Ela chegava para trabalhar quando foi abordada pelo homem. Professora era funcionária da Escola Municipal São José, em Japonvar
Uma professora foi assassinada pelo ex-companheiro, na manhã desta sexta-feira (12), em Japonvar,
no Norte de Minas Gerais. De acordo com a Polícia Militar, ela chegava
para trabalhar na Escola Municipal São José e, ao descer do carro, foi
abordada pelo homem que atirou várias vezes contra ela. Regiane Alves de
Almeida, de 27 anos, foi atingida por dois disparos no pescoço e morreu
no local.
Regiane era professora de Português e Literatura há 10 anos na
instituição. O crime ocorreu por volta das 7h e os estudantes que
chegavam para as aulas presenciaram o assassinato. A PM faz
rastreamentos, mas ainda não conseguiu prender o criminoso. O corpo da
professora foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Januária.
Segundo informações da família, e que foram confirmadas pela Polícia
Militar, o casal tinha um histórico de desentendimentos. A PM já foi
acionada algumas vezes por causa de brigas entre o casal. A irmã da
professora conta que durante os sete anos em que estiveram juntos
Regiane e o ex se separaram por quatro vezes. Na sexta-feira (5) ela
retirou todos os pertences da casa onde morava com o homem. No mesmo dia
ele tentou matá-la com uma faca.
"Ela viveu sete anos de tortura. Ele era muito violento, a ameaçava,
batia nela, usou um machado e faca para tentar ferir a minha irmã. Teve
uma vez que ela fez o almoço e ele disse que a comida estava salgada,
por isso pegou a panela e jogou a comida quente no rosto dela. Minha
irmã era muito vaidosa, mas ele não deixava ela ir no salão de beleza e
nem comprar roupas novas. Era um doente", fala Ritielly Alves.
Ela conta ainda que Regiane não se separava porque tinha medo que o
marido fizesse algo com a família dela. "Ela amava a gente e ele
ameaçava todos nós, já chegou a atirar no carro no meu pai e no irmão.
Foi muito cruel o que ele fez, perdi metade de mim", desabafa.
Sara Rodrigues foi aluna de Regiane há dois anos. A professora é
lembrada por ela como paciente e carinhosa. "Ela tratava a gente com
muito amor, nunca levantava sequer a voz, todos gostavam muito dela",
diz.
"Ela era extremamente competente e sempre disposta a ajudar a todos.
Dava aulas nos turnos da manhã e da noite. O choque foi tão grande que
estamos providenciando apoio psicológico para os alunos e para os
funcionários", fala a diretora da escola Rosemary Ferreira.
Aulas suspensas
De acordo com o Prefeito de Japonvar, Eraldino Soares de Oliveira, o
município decretou luto por três dias e as aulas desta sexta-feira (12)
foram suspensas nas cinco escolas municipais da cidade. "Estamos todos
abalados e a cidade inteira chora. Ela era muito querida", diz.

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